sexta-feira, 22 de maio de 2009

Doenças Causadas por Vírus

Os vírus podem causar doenças em plantas e animais. As principais doenças causadas por vírus que atingem o homem são:

Hidrofobia (Raiva):
Trasmissão: saliva introduzida pela mordidela de animais infectados (o cão, por exemplo).
Infecção: o vírus penetra pelo ferimento e instala-se no sistema nervoso.
Controle: vacinação dos animais domésticos e aplicação de soro e vacinas em pessoas mordidas.
Sintomas e características: febre, mal-estar, delírios, convulsões, paralisia dos músculos respiratórios (é doença mortal).

Hepatite Infecciosa:
Transmissão: gotas de muco e saliva, água poluída por contaminhação fecal.
Infecção: o vírus instala-se no fígado onde se multiplica, destruindo as células.
Controle: injecção de gamaglobulina em pessoas que entram em contacto com o doente; saneamento, cuidados com alimentos ingeridos.
Sintomas e características: febre, anorexia, náuseas, mal-estar, icterícia (pode ser fatal).

Papeira:
Transmissão: contacto directo; objectos contaminados; gotas de saliva.
Infecção: o vírus multiplica-se nas glândulas parótidas; eventualmente localiza-se em outros órgãos, como ovários e testículos.
Controle: vacinação.
Sintomas e características: parotidite (infecção das parótidas), com inchaço abaixo e em frente das orelhas (pode tornar a pessoa estéril se atingir os testículos ou os ovários).

Gripe:
Transmissão: gotas de secreções expelidas pelas vias respiratórias.
Infecção: o vírus penetra pela boca ou pelo nariz, localizando-se nas vias respiratórias superiores.
Controle: nenhum.
Sintomas e características: febre, prostração, dores de cabeça e musculares, obstrução nasal e tosse.

Rubéola:
Transmissão: gotas de muco e saliva; contacto directo.
Infecção: o vírus penetra pelas vias respiratórias e se dissemina através do sangue.
Controle: aplicação de imunoglobulina (com efeito protector discutível).
Sintomas e características: febre, prostração, erupções cutâneas (em embriões provoca a morte ou deficiências congênitas).

Sarampo:
Transmissão: contacto directo e indirecto com secreções nasofaríngeas da pessoa doente.
Infecção: o vírus penetra pelas mucosas das vias respiratórias e dissemina--se através do sangue.
Controle: vacinação.
Sintomas e características: febre alta, tosse, vermelhidão por todo o corpo (pode ser fatal em crianças).

SIDA (Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida):
Transmissão: sangue, esperma e muco vaginal contaminados.
Infecção: o vírus penetra no organismo através de relações sexuais, uso de agulhas de injecção contaminadas ou transfusões de sangue infectado; ataca o sistema imunológico.
Controle: uso de preservativos nas relações sexuais e de agulhas descartáveis ou esterilizadas; controle rigoroso, por parte dos bancos de sangue da qualidade do sangue doado; ainda não existem remédios ou vacinas eficazes contra a doença.
Sintomas e características: febre intermitente, diarreia, emagrecimento rápido, inflamação dos gânglios linfáticos, doenças do aparelho respiratório, infecções variadas, cancro de pele (doença mortal em 100% dos casos).


Existem outras doenças conhecidas que são provocadas por vírus que devem ter conhecimento, são elas : a Febre amarela, Poliomielete e a Varíola.


Fábio Espanhol
Replicação viral

A replicação viral é efectuada por várias etapas e são elas:
1 - Reconhecimento da célula alvo.
2 - Ligação do vírus à célula por adsorção*.
3 - Penetração.
4 - Perda do capsídio ou "despir" do vírus.
5 - Síntese de macromoléculas:
a) RNA m e síntese proteica: genes não-estruturais para enzimas e proteínas que actuam conjuntamente com os ácidos nucleicos.
b) Replicação do genoma.
c) RNA m tardio e síntese proteica: proteínas estruturais.
6 - Modificação das proteínas pós-tradução.
7 - Montagem do vírus.
a) Ligação do invólucro viral.
8 - Libertação do vírus.

O vírus está em condições de infectar novas células.
*A adsorção ocorre apenas quando existem receptores em ambos os intervenientes: a célula hospedeira e o vírus. Este pormenor determina a gama de hospedeiros de um vírus. Um exemplo é o vírus da polio, em que uma espécie tem receptores para o vírus da polio enquanto que outra espécie não tem.

Existem dois esquemas principais utilizados pelos vírus para entrarem na célula.
- Endocitose mediada por receptores;
- Fusão directa.
Na endocitose mediada por receptores, o vírus ligado entra na célula por interacção do seu invólucro com a região coberta por clatrina e então ocorre a invaginação para o interior da célula com a formação de endossomas. Pensa-se que o abaixamento do pH é o responsável pela fusão das membranas (da célula hospedeira e do invólucro viral), e a penetração final da membrana do endossoma pelo vírus. Este mecanismo de abaixamento de pH é originado por uma ATPase que bombeia activamente protões para o interior do endossoma. No caso de vírus nus (sem invólucro), não ocorre fusão de membranas no endossoma. Em vez disso, o vírus nú causa um buraco na membrana do endossoma e liberta o seu genoma na célula hospedeira.
A fusão directa é utilizada por alguns vírus com envelope. Depois da ligação, o receptor viral sofre uma alteração conformacional. É criado um péptido de fusão para causar a fusão entre as membranas do vírus e a da célula hospedeira.
Podemos considerar duas fases principais num ciclo de replicação viral:
- uma fase inicial, com a ligação do vírus à célula hospedeira, penetração e início da perda do capsídio ou cápside da partícula viral;
- uma fase tardia, ocorre desde a síntese macromolecular até à montagem do vírus e posterior libertação.
O modo como cada vírus desenvolve esses passos e consegue sobrepor-se às limitações bioquímicas das células é determinado pela estrutura do genoma e do vírus que tem que ser replicado.

Fábio Espanhol
Classificação viral


Dadas as suas características estruturais, por não terem metabolismo e só se replicarem quando invadem outras células invés de se multiplicarem reprodução assexuada ou sexuada, os vírus não se adequam a nenhum dos sistemas de classificação biológica.
Inicialmente, os vírus foram classificados pelo hospedeiro que infectavam: bacteriófagos, vírus de animais, vírus de plantas. Os vírus de animais eram classificados de acordo com os tecidos do hospedeiro onde se replicavam: dermotrópicos (pele e mucosas), neurotrópicos (tecido nervoso), viscerotrópicos (trato gastrointestinal) e pneumotrópicos (trato respiratório). Actualmente, os critérios para a classificação dos vírus abrangem o tipo e a estrutura do ácido nucleico, a sequência de nucleótidos, o modo de replicação, a morfologia, a presença ou ausência de invólucro, a gama de hospedeiros e relações filogenéticas.
Foi proposto pelo Comité internacional para Taxonomia dos Vírus um sistema de classificação dos vírus que actualmente é reconhecido cientificamente. Neste sistema, os vírus conhecidos estão classificados e distribuídos em 3 ordens, 71 famílias, 11 subfamílias e 175 géneros. Embora muitos dos vírus conhecidos tenham sido classificados em géneros, um número significativo de vírus não foram colocados num género reconhecido, ou insuficientemente distinguidos dos géneros reconhecidos de modo a formarem novos géneros. Destes vírus faltam os dados de biologia molecular e sobre seus modos de replicação. Dentre os cerca de 30 mil vírus em estudo apenas cerca de 3 mil vírus estão classificados.

Ordens

Ordens reúnem famílias de vírus que compartilham características comuns e que são distintas de outras ordens ou famílias. A Ordem é designada pelo sufixo virales. Apenas três ordens foram propostas pelo comité até ao momento:
•Ordem Mononegavirales: reúne as Famílias Filoviridae, Paramyxoviridae e Rhabdoviridae. Vírus com ultra-estrutura complexa com cápsides cobertas com invólucro e genoma constituído por uma única molécula de RNA de cadeia única negativa linear.
•Ordem Nidovirales: reúne as Famílias Arteriviridae, Coronaviridae e Roniviridae. Vírus com ultra-estrutura complexa com cápsides cobertas por um invólucro e genoma constituído por uma única molécula de RNA de cadeia única positiva linear.
•Ordem Caudovirales: reúne as Famílias Myoviridae, Podoviridae, Siphoviridae. Bacteriófagos sem invólucros constituídos por uma cabeça icosaédrica e uma cauda helicoidal, ou em forma de bastão, ou formada por discos empilhados. Caudas contrácteis ou não-contrácteis, rígidas ou flexíveis. Os genomas são constituídos por uma única molécula de DNA de cadeia dupla circular.
As enumeras famílias virais não se encontram, ainda, organizadas em Ordens.

Famílias e subfamílias

Famílias reúnem subfamílias e géneros de vírus que compartilham características comuns e que são distintas de outras subfamílias e géneros. As famílias são designadas pelo sufixo viridae e as subfamílias pelo sufixo virinae. As famílias são grupos taxonómicos que reúnem vírus com filogenias comuns, ainda que distantes, reunindo, portanto, vírus com morfologias, estruturas genéticas e estratégias de replicação distintas.
Nas quatro famílias, Poxviridae, Herpesviridae, Parvoviridae e Paramyxoviridae, subfamílias foram introduzidas para permitir uma hierarquia taxonómica mais complexa.

Géneros

Géneros reúnem as espécies que compartilham características comuns e que são distintas de membros de outros géneros. Os géneros são designados pelo sufixo virus. A determinação da espécie viral é, actualmente, uma questão difícil e os parâmetros definitivos para tantas diferenças ainda estão para serem estabelecidos. Propriedades tais como a constituição genética e propriedades estruturais, físico-químicas e sorológicas podem ser consideradas.

Espécies

Nenhuma espécie de vírus está, ainda, formalmente estabelecida.

Nomenclatura formal

Segundo ICTV, na nomenclatura formal, os nomes das ordens, famílias, subfamílias e géneros são escritas com iniciais maiúsculas e em tipo itálico. Como ainda não há denominações para espécies de vírus, a nomenclatura formal dos vírus não utiliza termos binomiais latinizados e os vírus recebem nomes de acordo com a patologia a que estão associados seguido da designação do sorogrupo, caso algum tenha sido identificado. Os nomes dos vírus são escritos em minúsculas e em tipo regular, não italizado, a menos que os termos derivem de nomes de lugares, da família do hospedeiro ou do nome do género. O nome do taxon deve ser precedido do termo para a unidade taxonómica, por exemplo, a família Flaviviridae, o género Flavivirus.

Fábio Espanhol
Estrutura viral

Os vírus são constituídos por várias estruturas cada uma com função necessária para o funcionamento do vírus, essas estruturas são:
•Cápside: Camada proteica que encerra o genoma de ácido nucleico.
•Capsômeros: Aglomerados de polipeptídeos que se encontram na superfície das partículas virais icosaédricas, observadas ao microscópio electrónico.
•Invólucro: Membrana que contém lipídos que circundam algumas partículas virais.
•Nucleocapsídeo: Complexo proteína-ácido nucleico, que representa a forma acondicionada do genoma viral.
•Subunidade: Cadeia polipeptídica viral dobrada.

Fábio Espanhol
Definição virologia

Virologia é o estudo dos vírus e suas propriedades. O estudo dos vírus constitui, desde há alguns tempos a esta parte, a mais significativa base da maior parte do aumento do moderno conhecimento científico nas áreas da Biologia, em que se incluem em geral a Biologia Molecular e a Genética e em particular as aplicações às Ciências da Vida.


O que são Vírus?

A palavra vírus tem a sua origem no latim e significa toxina ou veneno. O vírus é um organismo biológico com grande capacidade de auto multiplicação. É um agente capaz de causar doenças em animais e vegetais.
Os vírus são seres acelulares, constituídos principalmente pela cápside que é uma camada proteica, pelo património genético, e podendo ter ou não um invólucro em seu torno. Os vírus são entidades potencialmente patogénicas intra celulares obrigatórias cujo património genético (ácido ribonucleico ou desoxirribonucleico, nunca os dois) se replica no interior das células vivas, usando a maquinaria sintética celular das células invadidas para se reproduzirem para formar a síntese de partículas novas que podem transferir o genoma para outras células.

Esta definição por si só aponta já para uma importante característica dos vírus: são entidades intracelulares obrigatórias. Os vírus não têm metabolismo, não produzem energia, não crescem e não se dividem. Eles limitam-se a fornecer à célula infectada a informação genética a ser expressa pelo equipamento celular e todo isto à custa da energia obtida pela célula.

Conforme o vírus se encontra no espaço intra ou extra celular, é lhe dada uma diferente designação. Assim quando temos a partícula no interior de uma célula dizemos tratar-se de um vírus mas quando esta se encontra no meio extra celular devera-se usar o termo virião ou partícula viral.

Fábio Espanhol

terça-feira, 19 de maio de 2009

Influência dos genes nos bebés cuja mães consomem bebidas alcoólicas durante a gravidez

A 22 de Abril de 2009, foi publicado no site do Discovery Health um estudo, levado a cabo por investigadores americanos, que tinha provado que a genética pode influenciar o risco de problemas físicos e mentais em bebés cuja mãe bebia álcool durante a gravidez.

Chris Downing, um investigador associado à Universidade do Colorado, e os seus colegas relembram que nem todos os bebés filhos de mães que beberam álcool durante a gravidez nascem com deficiências notáveis.

Os investigadores deram álcool a cinco estirpes de ratos fêmea e descobriram variados graus de defeitos de nascença dentro dos recém-nascidos.

“Noutras palavras, certas estirpes [de ratos] foram sensíveis a alguns efeitos de álcool pré natal e resistente a outras,” disse Downing num panfleto universitário “O facto das estirpes diferirem demonstra que a genética importa.”

E, como ele disse, as descobertas podem ser aplicadas a humanos.

Downing disse “Os investigadores humanos precisam de começar a investigar sistematicamente factores mediante susceptibilidade e resistência aos efeitos da exposição a álcool pré natal.”

Claro que o ideal é a prevenção e tudo isto seria desnecessário se as mamãs não consumissem bebidas alcoólicas durante a gravidez, pensando primeiro no bebé!


Roberto Luís

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A doença Alzheimer e a sua associação à Diabetes tipo 2

A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa do foro neurológico que progride irreversivelmente e que compromete de forma irremediável o cérebro, provocando alterações comportamentais, dificuldade de raciocínio e perda de memória, com efeitos devastadores no doente e em quem o rodeia.
Dos sintomas desta doença, destacam-se como os mais comuns, a perda gradual de memória, especialmente a mais recente, grande dificuldade na execução de tarefas quotidianas, diminuição da capacidade lógica, desorientação espacial, personalidade alterada, dificuldade de aprendizagem e de comunicação social.

Constitui a quarta causa de morte mundial em adultos e pode, ocasionalmente, manifestar-se muito cedo, no entanto são casos em que não se cria um diagnóstico de Alzheimer, pois a sua manifestação inicia-se, normalmente, a partir dos quarenta anos de idade, aumentando e agravando-se depois dos sessenta anos.

Recentemente, segundo informações da agência Faperj, médicos e cientistas, comprovaram o que tinham associado nos últimos cinco anos, a doença de Alzheimer à Diabetes tipo 2, pois médicos reparam que doentes com Alzheimer tinham tendência para ter Diabetes tipo 2, e vice-versa.
No entanto, as primeiras pistas da investigação começaram por não ser claras. Tudo começou pela descoberta de Fernanda de Felice, neurocientista e bióloga, que constatou que os receptores da hormona insulina nos neurónios, eram perdidos em doentes com Alzheimer. Como esta descoberta não era suficiente, em seguida, reunindo-se um maior número de cientistas, propôs-se o tratamento dos neurónios afectados pela doença de Alzheimer com um combinado de insulina e Rosiglitazona (um medicamento usado contra o diabetes tipo 2). Testes experimentais com células cerebrais em cultura, mostraram que o combinado evitava a progressão dos efeitos degenerativos da doença.

Assim, contraria-se o pensamento antigo de que o cérebro não necessita de insulina para funcionar. Para além de contribuir na obtenção de energia para que o cérebro funcione, a insulina também é importante na formação de memória, segundo explica Sérgio Ferreira, cientista brasileiro e da Faperj, ao Jornal do Brasil.


Inês Henriques

terça-feira, 12 de maio de 2009

Teste à urina para detectar doenças da artéria coronária

Segundo o estudo de investigadores alemães liderados pelo Dr. Constatin Von Zur Muehlen, um teste à urina para detectar uma doença na artéria coronária funcionou bem num pequeno ensaio.

O teste procura fragmentos da proteína colagénio, que possui um papel muito importante em bloquear artérias, disse o autor do estudo, que trabalha em cardiologia no University Hospital Freiberg.

“O colagénio forma uma capa fibrosa no epitélio, a linha das artérias” explicou Muehlen. “Estas capas fibrosas produzem fragmentos de colagénio”.

Elevadas concentrações destes fragmentos na urina podem assinalar o endurecimento das artérias, que podem levar a um ataque cardíaco, como Muehlen disse.

Duas técnicas para detectar proteínas, espectometria e electroforese capilar, foram usadas para achar níveis de 17 fragmentos proteicos que os investigadores identificaram como associados ao endurecimento das artérias.

Quando se comparam os resultados com um exame com raio-X utilizado normalmente para diagnosticar o endurecimento das artérias, os testes à urina estavam correctos 84% das vezes, disse Muehlen.

Mas este tipo de teste para detectar doenças cardíacas não está para breve, disse ele. Os investigadores alemães voltaram para o laboratório, para trabalhar com uma estirpe de ratos modificados geneticamente para desenvolver uma doença da artéria coronária com a idade.

Descobriram que com o tempo o padrão de fragmentos torna-se cada vez mais expressado. Quanto mais velho o animal, mais extremo é o padrão.

Esperemos que tudo corra para o melhor! Este tipo de estudos ser possível é uma óptima forma de prevenir problemas cardíacos.


Este estudo foi publicado no site do Discovery Health a 29 de Abril de 2009.


Fonte: http://health.discovery.com

Roberto Luís

Genes influenciam a hipertensão

A 10 de Maio de 2009 foi publicado no artigo da Nature Genetics o resultado de dois estudos à influência genética na hipertensão, tendo sido descobertas 13 áreas de genes que influenciam a hipertensão.

Como sabemos, a hipertensão aumenta o risco de ataques cardíacos, bem como outros problemas circulatórios. Os estudos têm o objectivo de se poder identificar, o que por enquanto é impossível, quem está propicio a vir a sofrer de hipertensão, bem como levar a novos tratamentos direccionados a genes específicos, como disse Newton-Cheh (responsável por um dos estudos).

Em ambos os estudos os investigadores observaram variações das sequências das moléculas de ADN que compõem o genoma humano. Concentraram-se em polimorfismos de nucleótidos singulares, associados com diferenças na tensão arterial.

Identificar essas regiões é apenas o primeiro passo para uma melhor prevenção e tratamento da hipertensão, como disseram Newton-Cheh e Levy (sendo o ultimo o responsável pelo segundo estudo).

Uma das razões é que cada região individualmente exerce um pequeno efeito na pressão arterial. Levy referiu que cada uma das regiões, individualmente, varia a pressão alta em 1 mm e a baixa em 0.5 mm.

Levy referiu que é possível que existam genes que exerçam um grande efeito na pressão arterial nestas regiões, é preciso cavar mais fundo para tentar descobrir variações destes genes com efeitos mais drásticos.

Uma das hipóteses sugeridas por este investigador aborda a hipótese de testes em animais.

Entretanto, ambos os investigadores têm planeados mais estudos nestas áreas, que podem levar a importantes descobertas.


Fonte: http://health.discovery.com

Roberto Luís

Influencia dos neutrófilos nos danos pulmonares sofridos por doentes de FC

Foi publicado um estudo no panfleto informativo online de 20 de Março de 2009 da Proceedings of the National Academy of Science, em que o autor do estudo, Rabindra Tirouvanziam, um instrutor em medicina pulmonar pediátrica no Stanford University Medical Center and Lucile Packard Children’s Hospital, aborda a influência dos neutrófilos nos danos pulmonares severos sofridos pelos pacientes de fibrose cística.

O autor do estudo conta que “os pacientes com fibrose cística têm um problema em desligar a resposta inflamatória nos pulmões.” Descobriram nos estudos que “os neutrófilos dos pacientes ficam algo esquizofrénicos, fazendo um número de coisas que são opostas ao que normalmente seria o papel dos neutrófilos.”

Durante muito tempo pensou-se que os neutrófilos atacavam e destruíam bactérias que ficavam presas no excesso de muco que se acumula nos pacientes de FC. Mas algo corre mal, e os neutrófilos morrem rapidamente nos pulmões, libertando enzimas que destroem tecido corporal.

Tirouvanziam e os colegas descobriram que é o tecido dos pulmões dos pacientes que reprogramam os neutrófilos com mensagens conflituosas que os “baralham”.

Como resultado, os neutrófilos libertam uma enzima que destrói o tecido pulmonar. Em pessoas saudáveis os neutrófilos nunca libertam essa enzima em tecido corporal.
Estas descobertas podem originar novos alvos de tratamento de FC.


Glossário:

Neutrófilos – Fazem parte do grupo dos leucócitos, que são os defensores do nosso organismo, entre as suas funções destaca-se a fagocitose, que se baseia em ingerir os invasores, matando-os e aproveitando, se possível, as suas proteínas.


Fonte: http://health.discovery.com

Roberto Luís

segunda-feira, 9 de março de 2009

Psicologia/Psiquiatria

Actualmente, um dos principais problemas que o psicólogo enfrenta – nomeadamente o psicólogo clínico – é a inferiorização face ao psiquiatra, sendo este possuidor do poder médico, assumindo na área da saúde uma postura de apenas especulação do pensamento social, ao que a medicina e a ciência entendem como o auge de uma cultura de procura da verdade científica.
O termo terapeuta (do grego therapeutés ) significava originalmente “o que cuida, servidor ou adorador de um deus”, por isso o poder médico baseia-se num poder magico-religioso, acreditando-se que a cura da doença exige a intervenção de um médium dotado de um dom ou carisma, embora sejam necessárias as forças divinas.
No entanto, na sociedade de hoje, associa-se o poder médico ao poder da ciência, que procura a verdade científica dos factos – dogma do século XXI. A ciência e a tecnologia, pilares da medicina actual, definem o que devemos ou não acreditar, tendo também um carácter mágico-religioso, aquando da sua acção reguladora da sociedade nas suas convicções, pela sua austeridade.
A psiquiatria possui os dois poderes, que na verdade é apenas um, cujo sentido manifesta-se na biologização do comportamento humano. Este processo consiste na utilização do medicamento pelo psiquiatra, para alterar o comportamento humano.
Por outro lado, a psicologia provém de uma escola do pensamento, não possuindo poder médico, mas tendo sim um carácter interpretativo. Torna-se então clara a dificuldade do psicólogo em impor a sua actividade, visto que a nossa sociedade se encontra numa permanente busca pela “segurança” médica, neste caso o medicamento que o psiquiatra lhe pode fornecer.
A psicologia dinâmica, parte de um pressuposto holístico – que concebe a realidade como um todo – que sobretudo respeita a complexidade humana, ao considerar que o seu estudo deve incidir em vários pontos, fornecendo assim um horizonte que compreende as dimensões biológica, psicológica e social.
Em suma, a psicologia deve impor o seu conhecimento, perspectivas e convicções, e para isso há que os próprios psicólogos contribuam para tal, respeitando e fazendo respeitar o seu trabalho.


Fonte: Blogue “Psicologizando...” de Ricardo Pina (http://psicologizando.blogspot.com/)


Até ao próximo poste,
Inês Henriques.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Prémio L'Oreál - A Neurologia em Portugal

O prémio L’Oréal da ciência foi instituído em Portugal em 2004 pela L’Oréal Portugal, pela Fundação Nacional da UNESCO e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia que distinguem e apoiam anualmente jovens investigadoras portuguesas.

Duas das três premiadas do ano passado investigam doenças neurodegenerativas e o júri, presidido por Alexandre Quintanilha, escolheu-as de entre 40 investigadoras pelos seus trabalhos prometerem bons resultados e pelo contributo que as suas descobertas trarão aos países mais industrializados, onde há grande incidência destas doenças.

Susana Solá, de 32 anos, é doutorada em Farmácia e estuda os mecanismos moleculares
envolvidos nestas doenças (exemplo: Alzheimer), e Paula Moreira, de 33 anos, é doutorada em Ciências Biomédicas e estuda o impacto da diabetes nestas doenças neurodegenerativas.

“No decurso do seu trabalho, Susana Solá está a tentar esclarecer a relação entre as mutações do gene responsável por distintos níveis de agregação daquela proteína (B-amilóide, que se deposita nos vasos sanguíneos do cérebro, e se encontra na origem da Alzheimer) e os seus diferentes graus de toxicidade no cérebro, nesta doença. Paralelamente, a jovem cientista está a testar a possibilidade de um neuroprotector, chamado TUDCA, poder retardar a morte das células cerebrais.”

Como podemos todos ver, em Portugal também se podem fazer grandes descobertas. É bom saber que o nosso país aposta na ciência com estes prémios e que as nossas cientistas se encontram no bom caminho!



FONTE: Diário de Noticias de dia 10 de Novembro de 2008, pág. 30.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

IMM

O Instituto de Medicina Molecular (IMM) identificou no inicio de Outubro do ano passado um mecanismo através do qual se desenvolvem leucemias em seres humanos.


«O grupo estudou exaustivamente a proteína PTEN, que actua nas células humanas como entrave ao desenvolvimento de tumores. O que eles descobriram, explicou o director da Unidade de Biologia do Cancro do IMM, foi um mecanismo novo que permite que um gene que trava a progressão dos tumores seja desregulado, aumentando a possibilidade de destruição das células malignas sem afectar as normais»


«”Conseguindo fazer terapias mais selectivas estaremos a diminuir os potenciais efeitos secundários das quimioterapias, e esse é o objectivo do nosso trabalho a longo prazo”, congratulava-se João Barata (líder do IMM), satisfeito com os resultados da equipa»


O IMM tem ido mais longe, já realizou estudos em doentes com SIDA que ajudaram a compreender o porquê de causar uma depleção dos linfócitos T CD4+, descreveu novos efeitos tóxicos que certos medicamentos provocam no fígado e sobressaiu ao identificar novos mecanismos moleculares que participam na diferenciação de células do sangue. É sempre bom estar a par destas descobertas!


Mais informação na próxima publicação, que está para muito breve! Excepcionalmente sobre outro tema que achei interessante.



FONTE: Notícias Sábado’ 144, parte integrante do Diário de Noticias de 11 de Outubro de 2008.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A Neurologia

A Neurologia é a área da medicina que estuda as doenças estruturais do Sistema Nervoso Central (composto pelo encéfalo e pela medula espinal) e do Sistema Nervoso Periférico (constituído pelos nervos e músculos).
Quando existe uma alteração neuroanatómica ou neurofisiológica que provoca diagnóstico clínico, deve ser interpretada juntamente com os sintomas do paciente, as respectivas funções alteradas e a sua estrutura anatómica (diagnóstico anatómico), sendo isto a base do raciocínio neurológico.

Considerando a enorme complexidade da estrutura física e funcional do sistema nervoso, conclui-se que os sintomas que deduzem uma doença neurológica podem ser de origem muito variada e tanto podem ocorrer de forma isolada como combinada, ou seja, os distúrbios neurológicos podem ter origem genética, hereditária ou ainda congénita, ou seja pode provir de um distúrbio do desenvolvimento embrionário ou fetal do sistema nervoso central ou periférico, tendo maior ou menor influência do meio ambiente ao longo da vida, desde o nascimento até à velhice.

Alguns exemplos de doenças Neurológicas:

• Doenças Vasculares: Acidente vascular cerebral (AVC)
• Esclerose Múltipla;
• Tumores (malignos ou benignos);
• Traumatismo Craniano;
• Doenças degenerativas (com influencia na hereditariedade ou não).



Aqui fica o segundo post, desta vez sobre a especialidade da Neurologia!
Até ao próximo post!
Inês Henriques.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Modificações genéticas (curiosidade)

Estava eu agora mesmo sossegado a fazer zapping na minha tv, quando me deparei com um programa interessantíssimo na Sic Notícias: Produtos Genéticamente Modificados.

E porquê o interesse para este blog?

Simples. É uma área relativamente recente, e ainda que não seja medicina em si, trata-se, de certo modo, de prevenção, porque são, ou podem ser, inseridos genes resistentes a microrganismos na nossa alimentação, de maneira a minimizar o risco de infecções por injestão de microrganismos patogénicos.

Prosseguindo, o programa estava a contar como os britânicos têm tantas reservas relativamente aos produtos genéticamente modificados, pois têm inclusivé assistido a publicididade depreciativa relativamente a este tipo de produtos.

Quando o jornalista apresentou dois tipos de salsicha, um genéticamente modificado e outro não, ambas fritas, os entrevistados preferiam os produtos naturais, por não quererem interferir na natureza e por receio quanto à sua própria saúde, quando na verdade até pode ser mais saudável comer a genéticamente modificada!

Quando o jornalista (formado em ciências) argumenta a favor do produto genéticamente modificado, dizendo que até é melhor, por ser resistente às pestes, cultivar vegetais genéticamente modificados para resistir às ditas pestes. Ou quando referia o facto de poderem inclusivamente ser mais saudáveis, devido aos genes inseridos no DNA que podem ajudar inclusivé no quanto tempo demora o vegetal a apodrecer, a maioria dos entrevistados preferiram então o produto genéticamente modificado.

Serão os Portugueses tão obtusos quanto aos produtos genéticamente modificados? Penso que não.

O jornalista inclusivamente relembrou que nós, humanos, fazemos essa selecção genética (porque é isso que é, uma selecção dos melhores genes de diferentes plantas ou seres) à milhares de anos! Para comprovar mostrou uma couve selvagem, num sitio onde ainda se encontra sem qualquer contacto humano, e mostou vários tipo de couve (consideradas todas como a mesma espécie) que provieram da selvagem pela nossa selecção, e que nem sequer conseguem sobreviver sem a nossa protecção. E essas couves são: a couve folhada, a couve de folha com veios (esqueci-me do nome), a couve de bruxelas, a couve-flor e a couve fechada.

Explicando o processo actual de se modificar genéticamente algo: utiliza-se uma bactéria, a agrobacterium, que é "conhecida" como o engenheiro genético da Natureza. E porquê? Porque esta bactéria possui a propriedade de inserir no DNA da planta parte do seu próprio DNA. Na natureza, a bactéria utiliza esta propriedade para levar as árvores a criar tumores, o meio perfeito para a proliferação da bactéria. Em laboratório, os cientistas inserem, com enzimas de restrição e ligases de DNA, a porção de DNA que querem inserir na planta, no DNA da bactéria (na porção especifica que a bactéria insere nas plantas), sendo a fase seguinte meramente provocar o seu contacto com os embriões da planta. O resto a bactéria faz sozinha. Como vêm, um processo muito natural.

Enfim, esta publicação é feita mais a titulo de curiosidade, tendo em conta que achei muitíssimo interessante.

Como fiz no título desta publicação, sempre que publicar aqui algo que seja uma curiosidade da genética ou do meu tema da altura, porei no seu título entre parêntisis "curiosidade".

Espero que não levem a mal, e que achem tão interessante quanto eu.

Até à próxima!

Roberto

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Rastreio sobre doenças genéticas

Em inicios de Junho de 2007 foi feito um rastreio que na altura foi o maior rastreio de sempre, com 50 equipas, a Welcome Trust, e analisaram o genoma de dois mil pacientes para cada uma das doenças pretendidas, e de três mil pessoas sãs.

Os resultados foram publicados na segunda semana desse mês na revista científica Norte-Americana Nature. Mostraram que numerosos genes influenciam a predisposição para doenças bipolares, mas que cada gene tomado individualmente representa um risco muito pequeno. Outro exemplo: um único gene aumenta a probabilidade de sofrer de uma doença cardíaca em 20 por cento em doentes que possuam duas cópias desse gene.
Os investigadores descobriram tambem um gene, o "PTPN2" que está envolvido na regulação do sistema imunitário, que é de facto uma ligação entre duas doenças diferentes, o diabetes de tipo I, e a doença de Crohn (doença inflamatória no intestino).

Estes são exemplos entre as variadas doenças genéticas que foram investigadas. Poderei tratar algumas delas em publicações posteriores.
Mas, obviamente, não está tudo nos genes. É preciso manter um estilo de vida saudável, mais vale prevenir que remediar!

Roberto

FONTE: http://coursejournal_medicina.blogs.sapo.pt/30068.html

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Relação Neurologia-Psicologia/Psiquiatria

Para começar, quero explicar que ao contrário dos meus colegas de grupo eu não vou fazer um primeiro poste sobre a história da Neurologia. As minhas pesquisas foram em vão, pois por mais que tenha procurado não apareceu nenhuma informação sobre o seu começo e como este ocorreu. Por isso, como o meu subtema trata da Neurologia Associada À Psicologia/Psiquiatria, o meu primeiro poste irá ser sobre a relação dessas áreas e porque é importante que se relacionem e não sejam excluídas uma da outra.

Espero que a informação vos seja útil, até ao próximo poste!

Inês Henriques.




Como nem sempre se torna claro quando relacionamos a Neurologia com a Psiquiatria/Psicologia, ou melhor, diagnósticos psiquiátricos ou psicológicos com neurológicos, passo a explicar o porquê do meu subtema ser a Neurologia Associada à Psicologia/Psiquiatra.

Enquanto que os diagnósticos psiquiátricos baseiam-se nos sintomas anormais do comportamento e do carácter/personalidade humanos, que por vezes dependem da presente capacidade mental do paciente em defini-los e apresenta-los ao seu médico, a análise neurológica foca-se nos sintomas patológicos relativamente à constituição do Sistema Nervoso Central e Periférico e esta é confirmada através de exames físicos e precisos.

No entanto estas duas correntes da medicina relacionam-se e funcionam lado a lado no diagnóstico e na cura de diversas doenças como Alzheimer, doença de Huntington (disfunção cerebral hereditária, que progride com a degeneração corporal e mental envolvendo sintomas como movimentos involuntários dos membros do corpo, do tronco e da face, diminuindo a capacidade intelectual, alterando a personalidade e o comportamento), Esclerose Múltipla e Encefalites Virais. Assim, no momento em que análise psicológica e neurológica for separada, o diagnóstico e consequentemente a cura ficarão em causa, ou seja, por exemplo, um idoso com decadência mental pode ser-lhe diagnosticado Alzheimer ao contrário de depressão, sintomas de stress acumulado, podem desencadear crises convulsivas ou um ímpeto de Esclerose Múltipla, enquanto que a falta de estímulos e impulsos específicos na infância pode alterar a organização cerebral e causar distúrbios.

Por isso e para finalizar, o conhecimento cada vez maior proveniente dos estudos a estas e outras doenças raras, serve para cada vez menos se excluir o diagnóstico psicológico do neurológico e vice-versa.