sexta-feira, 22 de maio de 2009

Replicação viral

A replicação viral é efectuada por várias etapas e são elas:
1 - Reconhecimento da célula alvo.
2 - Ligação do vírus à célula por adsorção*.
3 - Penetração.
4 - Perda do capsídio ou "despir" do vírus.
5 - Síntese de macromoléculas:
a) RNA m e síntese proteica: genes não-estruturais para enzimas e proteínas que actuam conjuntamente com os ácidos nucleicos.
b) Replicação do genoma.
c) RNA m tardio e síntese proteica: proteínas estruturais.
6 - Modificação das proteínas pós-tradução.
7 - Montagem do vírus.
a) Ligação do invólucro viral.
8 - Libertação do vírus.

O vírus está em condições de infectar novas células.
*A adsorção ocorre apenas quando existem receptores em ambos os intervenientes: a célula hospedeira e o vírus. Este pormenor determina a gama de hospedeiros de um vírus. Um exemplo é o vírus da polio, em que uma espécie tem receptores para o vírus da polio enquanto que outra espécie não tem.

Existem dois esquemas principais utilizados pelos vírus para entrarem na célula.
- Endocitose mediada por receptores;
- Fusão directa.
Na endocitose mediada por receptores, o vírus ligado entra na célula por interacção do seu invólucro com a região coberta por clatrina e então ocorre a invaginação para o interior da célula com a formação de endossomas. Pensa-se que o abaixamento do pH é o responsável pela fusão das membranas (da célula hospedeira e do invólucro viral), e a penetração final da membrana do endossoma pelo vírus. Este mecanismo de abaixamento de pH é originado por uma ATPase que bombeia activamente protões para o interior do endossoma. No caso de vírus nus (sem invólucro), não ocorre fusão de membranas no endossoma. Em vez disso, o vírus nú causa um buraco na membrana do endossoma e liberta o seu genoma na célula hospedeira.
A fusão directa é utilizada por alguns vírus com envelope. Depois da ligação, o receptor viral sofre uma alteração conformacional. É criado um péptido de fusão para causar a fusão entre as membranas do vírus e a da célula hospedeira.
Podemos considerar duas fases principais num ciclo de replicação viral:
- uma fase inicial, com a ligação do vírus à célula hospedeira, penetração e início da perda do capsídio ou cápside da partícula viral;
- uma fase tardia, ocorre desde a síntese macromolecular até à montagem do vírus e posterior libertação.
O modo como cada vírus desenvolve esses passos e consegue sobrepor-se às limitações bioquímicas das células é determinado pela estrutura do genoma e do vírus que tem que ser replicado.

Fábio Espanhol

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