domingo, 7 de dezembro de 2008

História da Virologia




A primeira noção consensual de vírus está estabelecida desde a primeira época da história da virologia já com pouco mais de cem anos. Ivanovsky faz nascer a virologia, atribuindo logo ao vírus duas características essenciais: a dimensão sub microscópica, muito menor que a das bactérias e a infecciosidade. Pode-se então definir vírus como “entidades potencialmente patogénicas cujos genomas são ácidos nucleicos que se replicam no interior de células vivas usando a maquinaria sintética celular, e que causam a síntese de partículas que podem transferir o genoma para outras células” (Salvador Luria, in Microbiologia).




No entanto, é de notar que esta definição evita os termos “vida” ou “organismo”. Os vírus não têm metabolismo, não produzem energia, não crescem e não se dividem. Nos casos mais simples limitam-se a fornecer à célula infectada a informação genética a ser expressa pelo equipamento celular e à custa de energia obtida pela célula. Assim, é problemática considerar os vírus como organismos, no sentido clássico do termo, zoológico, botânico ou mesmo microbiológico. Mas se, na perspectiva da biologia molecular, privilegiarmos como critérios de vida a capacidade de replicação, de expressão de informação genética transmissível e de evolução, pode-se definir organismos, segundo Rybicki, como “o elemento unitário de uma linhagem contínua com história evolutiva individualizada”.



Um vírus individualizado é denominado virião. Este apresenta uma estrutura simples que consiste em: um núcleo de material genético, que pode ser DNA ou RNA. Tem uma cápsula proteica, a cápside, que envolve o núcleo. O virião pode ser envolvido por um envelope membranoso de proteínas e substâncias gordas. Em alguns casos os envelopes também incluem 3 extremidades glicoproteicas, que ajudam os vírus a fixarem-se às células hospedeiras e possuem significado para a produção de vacina.
Fig. 2 - Virião
Fábio Espanhol

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